Hoje meu dilema
É declamar um poema
Pra o povo de lucena
Falando do São João
Noite das brincadeiras
Forró, balão e fogueira
Esta grande tradição
Nesta noite de São João
Tô cheio de inspiração
Para falar de animação
Das grande fogueiras
Que espalham fumaça
Sobe no ar e utrapassa
O brilho das estrelas.
A gente tanto acredita
Em São João Batista
Nasceu sob o edomita
Único filho de Isabel
Veio antes de Jesus
Carregou sua cruz
Cumpriu seu papel.
SãoJoão foi muito fiel
Veio direto do céu
Para o ventre de Isabel
Foi enviado por Deus
Para defender os seus
Daquele reinado cruel
É linda essa história
Isabel e Nossa Senhora
Receberam a glória
Foram mãe de Jesus e João
Em homenagem verdadeira
Zacarias fez uma fogueira
De longe se via o clarão
São João, São Joãozinho
Tanto amor e carinho
Afilhado e padrinho
Nesta terra brasileira
Tanta gente abraçado
No clarão abençoado
Da sua santa fogueira,
Querido e nobre Santo
Que a gente ama tanto
Sua fogueira é um encanto
Para o povo do sertão
Não pode ser calculada
A pólvora que é queimada
Nas noites de São João.
Os velhos bacamartes
Virgem nunca fez arte
São guardado a parte
Com amor e devoção
Para o povo sertanejo
Com ele fazer festejo
Na fogueira de São João.
Qualquer arma ferina
Bacamarte ou carabina
Criminosa e assassina
Como é a do caçador
Não tem capacidade
De atirar com liberdade
Nesta fogueira do amor.
Meu senhor São João
Santo do meu coração
Preste muito atenção
Como é lindo seu festejo
Olhe lá do infinito
Eu sempre tenho dito
Que o senhor é sertanejo.
O homem pode ser ruim
Ter maldade sem fim
Viver de intriga e moitim
Socado na perdição
A falta mais grosseira
É não fazer uma fogueira
Na noite de São João.
Num mundo de tanta gente
Com a veia demente
Não sente como a gente
Desses tem mais de mil
Sem gosto e sem sorte
Nunca viu São João no norte
Nas terras deste Brasil.
Que vive lá na cidade
Não conhece a verdade
Não tem felicidade
Pos nunca viu no sertão
Três caboclos emparelhados
Com bacamartes armados
Pei, pei, viva são João.
A onde tem sarapaté
Canjica, traque e busca-pé
Correndo atrás da mulher
Na hora de ser madrinha
Um bando de criançada
Na maior gargalhada
Brincando de cirandinha.
Nesta noite alegre e rica
O prazer se mutlipica
Mané, Raquel, e Rita
Com beijos e abraços
E o pai de José Guedes
Toca o que o povo pede
Numa sanfona de oito baixos.
Na festa de São João
Tem fogueira e balão
No nordeste do sertão
O povo do nosso país
Dando viva toda hora
Quando o bacamarte estora
São João fica feliz.
Não faço poesia em vão
Quando falo de São João
É coisa do meu coração
Peço pra ele me ajudar
Levar fogo e madeira
Pra fazer uma fogueira
Lá no céu quando chegar.