Como é importante
Um museu na cidade:
Traz emprego e renda
Para toda a comunidade,
Deixando o povo feliz
Com mais dignidade.

Divulga nossa cultura,
Atrai o visitante,
Faz a cidade crescer
De forma impressionante.
Com tanta visitação,
O ganho é constante.

O comércio se aquece,
Ganha o comerciante,
Crescem vendas em bares,
Restaurantes, num instante!
Alugam-se mais imóveis,
A cidade segue adiante.


Conta as nossas histórias
Da região e seu valor,
Como em Lucena um dia
Houve um tempo de horror:
O massacre das baleias —
Cenário de tanta dor.

Lá em mil novecentos e doze,
Na costa da Paraíba,
Começou a caça cruel,
Hoje por lei proibida.
Baleias em águas quentes
Perdiam ali sua vida.

Vinham das águas geladas,
Em busca de aquecer,
Pra ter seus filhotinhos,
Poder os proteger.
Mas no lugar de abrigo,
Seu destino era morrer.


A trinta milhas do mar,
Avistavam os gigantes.
Começava a matança
Com métodos chocantes.
Minke, jubarte, cachalote,
Morriam num instante.

Com ar comprimido e boias,
Elas eram presas então,
Pra não afundar no mar,
Usavam injeção.
Os japoneses caçavam
Com frieza no coração.

O sangue borbulhava,
Era cena de aflição,
Línguas pra fora, imóveis,
Chamando o tubarão.
Depois o navio voltava
Pra recolher a produção.


Puxadas pela cauda,
Iam sendo rebocadas
Até chegar na fábrica,
Onde eram retalhadas.
E os tubarões famintos
Davam mordidas pesadas.

Ao toque da sirene,
O povo se alvoroçava,
Corria da sua casa,
Na praia se aglomerava.
Turistas e moradores,
Com festa comemorava.

Quando o navio chegava,
Era dia de alegria.
Ninguém pensava na dor
Que a baleia sofria.
Na piscina era lavada,
Cortada em mais de cem fatias.


Além do óleo extraído,
A carne era separada,
A melhor ia pro exterior,
De forma bem embalada.
A de segunda e terceira
Nas feiras vendida e salgada.

O povo que ali lutava
Mal ganhava o seu pão,
Era difícil pra quem tinha
Família e obrigação.
Com arroz, feijão e carne,
Vivia na restrição.

Os operários da charqueada
Trabalhavam sem parar,
Noite e dia no batente,
Quase sem descansar.
E o que ganhavam ao mês
Mal dava pra se alimentar.


Já os japoneses ricos,
Ganhavam em disparada,
Trinta salários ou mais,
Cada viagem faturada.
Compravam casas, fazendas,
Carros e mais uma estrada.

Viajavam com família,
Viviam com alegria,
Enquanto os nativos ali
Suavam noite e dia.
Sem direitos garantidos,
Viviam à revelia.