Queria ser um poeta
Com mais inspiração
De um velório fazer uma festa
Do choro fazer canção
Fazer verso comprido
Da tristeza fazer sorriso
Pra o povo não chorar
Saber as obras da natureza
De Deus ter a certeza
De quem morre pra onde irar.
Vou contar uma história
De uma pessoa bacana
Nasceu numa fazenda
Vivia do cultivo da cana
Seus pais ganhavam pouco
Passavam grande sufoco
Comiam farinha com banana
Nasceu em 09 de fevereiro
De 1940
Filho de Apolinário Gomes
Um homem de competência
E dona Maria da Penha
Jesus Cristo que o tenham
E lhes der boa sentença.
Exerceu várias funções
Para ganhar dinheiro
Trabalhou na Usina Santana
Na função de cambiteiro
Já na fazenda Tabapara
Media terra com uma vara
Foi apontador e ficheiro.
O seu maior desejo
Era ser comerciante
Trabalhava pra valer
Nada seu ia avante
Resolveu se casar
E sair daquele lugar
Em busca de outra fonte.
Quando Rita tinha 10 anos
Teve um lindo sonho
Estava em cima da ponte
Em Tapira tomando banho
Um homem lhe aparecia
Olhava pra ela e ria
Aquilo foi coisa de Deus
Quando tinha 15 anos
Casar era seu plano
O dito homem apareceu
Casou-se em 1964
Só tinha 15 anos
60 anos de casada
Francisco foi seu maior plano
Não o deixava por nada
Mas a morte foi covarda
Acabou com seu trono.
Foram morar em Saué
Aonde botaram uma venda
Vendiam café, arroz, fejão
Tudo que fosse merenda
Pão, leite,farinha e açucar
Era grande a luta
Mas sortiam sua tenda.
Tudo foi dando certo
Naquele belo lugar
Os fregueses aumentaram
Muita gente a comprar
E ele se movimentando
E sua esposa ajudando
Trabalhavam sem parar.
Depois sairam de Saué
Resolveram se mudar
Para a praia de Fagundes
Outro belo lugar
Abriram um mercadinho
Ainda pequenininho
Mas com chance de aumentar.
Foi o primeiro de Lucena
A abrir um mercadinho
Antes só existia vendas
Eram uns barraquinhos
Foi grande a evolução
Causando admiração
Aos comerciantes vizinhos.
Foi então em Fagundes
Que ele se estabeleceu
Educando seus filhos
Seu esforço muito valeu
Junto com sua esposa
Uma das melhores coisas
Que foi dada por Deus.
Quando iniciou a vida
Já foi no desespero
Trabalhou desde de garoto
Ganhando pouco dinheiro
Era uma pessoa caipira
Não gostava de mentira
Sempre foi verdadeiro.
Um dos melhores amigos
Que Deus me apresentou
As pessoas que eram boas
Ele dava o maior valor
Acolhia com muita alegria
Como que fosse da família
Com gratidão e amor
Ele teve pouco estudo
Mas era inteligente
Sabia mexer com tudo
Era muito competente
É bonita sua história
De Deus vai ter a glória
Ele foi um merecedor
por ser muito guerreiro
Foi um bom brasileiro
E um grande vencedor.
Tinha um coração bondoso
Gostava muito de ajudar
Aqueles mais carentes
Que estavam a precisar
Ajudou filhos e cunhada
Sua cruz era pesada
Mas ele soube carregar.
Seu mercado era conhecido
Mercado de Chico Gomes
Fazia qualquer acordo
Ninguém ali passava fome
Ele tinha muita bagagem
Por isso em sua homenagem
Que nunca tirem o seu nome.
Qando tinha saúde
Ele sempre trabvalhou
Cuidava bem da família
Dando carinho e amor
Pra ele tiro o chapéu
Deus levou para o céu
Muita saudade deixou
Criou seus 04 filhos
Ensinando como trabalhar
Seguiram a mesma função
O ramo de negociar
Miro e Josemberg são falecidos
Lindemberge Vera estão vivos
Para a vida continuar.
Em dez de janeiro
De 2024
A senhora morte o levou
Pra família foi um fracasso
Esposa e filhos deixou
Na hora da sua dor
Em Ritinha deu um abraço.
Hoje só resta lembrança
De quem tudo começou
Da terra não levou nada
Mas muita coisa deixou
É isso que muito nos dói
Foi embora o grande herói
Mas sua história ficou
Espero que esteja feliz
Com Jesus lá no céu
Receba esta homenagem
Do seu amigo Manoel
Fiz com o maior prazer
Nunca vou lhe esquecer
Nas minhas rimas de cordel.
No dia 10 de janeiro
De 2024
O sol girou mais ligeiro
Parecia está mais baixo
Não foi bom esse dia
Pra Rita e sua família
Algo triste aconteceu
Lucena toda chorou
Quando a notícia chegou
Seu Francisco faleceu.
Chico já estava doente
Deus traçou seu destino
Cada um conta o que sente
Quero contar o que sinto
É uma saudade sem fim
Carrego dentro de mim
A dor ficou arranchada
É uma coisa sem medida
Na hora da sua partida
O que me restou foi lágrimas.
Era um amigo bondoso
Aqui ficou sua fama
Não era cara orgulhoso
Botava os pés na lama
Vai com muita calma
Rezemos por tua alma
Que Deus te der a salvação
Foi bom pai, bom marido
Um dos melhores amigos
Na hora da precisão.
Francisco no teu velório
Doeu no meu coração
Não aguentei, chorei
Qando te vi no caixão
Fiz o que tava na altura
Acompanhei-o à sepultura
Junto com toda a multidão
Assim foi a história
De um homem trabalhador
Nunca desistiu dos sonhos
A vida inteira lutou
Obdecia o calendárion
Não foi nenhum milionário
Mas foi um grande vencedor.
Quem segue a lei de Deus
Nunca erra seu caminho
Francisco sempre obdeceu
Nunca vai ficar sozinho
Por ser filho de Jesus
Carregou sua cruz
Mas dizia com amor
Isso aqui não é nada
Perante a cruz pesada
Que o filho de Deua carregou.
Seu nome completo, Francisco Gomes da Silva, nasceu na fazenda Nossa Senhora de Lourdes, município de Marí, em 09 de fevereiro de 1940 e faleceu em Fagundes município de Lucena em 10 de janeiro de 2024.