Vou contar a história
De um trabalhador
Começou com 07 anos
Filho de um agricultou
Sai de casa com14 anos
Porque não suportou
Trabalhava todo os dias
Não tinha felicidade
Foi uma pobre criança
Sem escolaridade
Deu a volta por cima
Fez da vida uma faculdade.
Trabalhava pesado
Sem ter recompensa
Seu pai muito ingrato
Não tinha conciência
Sempre tratava o filho
Um sem competência.
O pai não queria ver
Uma planta cortada
Quando isso acontecia
Lhe dava uma pancada
O pau para exemplar
Era o cabo da enxada.
Uma irmã chamada Rita
Era queridinha da casa
Eles não se davam bem
Todo os dias arengavam
O pai só acreditava nela
Ele sempre apanhava,
Aproveitor uma chance
Que seu pai não estava
Disse a hora é essa
De deixar esta casa
Botou o saco no ombro
Despedir-se da sua amada.
E disse minha mãe
Estou indo embora
Vou procurar um lugar
Pra fazer minha história
Porque aqui nesta casa
Nunca vou ter uma virória.
A mãe chorou muito
Naquele dito momento
Mas ela me entendeu
Sabia meu sofrimento
Quem não gostou foi o pai
Daquele acontecimento.
Essa pessoa que falo
Seu nome, José Ribeiro
Um menino trabalhador
Sempre foi um guerreiro
Um grande nordestino
E um bom brasileiro.
Depois que saiu de casa
Foi pra Usina Santana
Desposto a trabalhar
Na plantação da cana
Onde nasceu sua mãe
Uma pessoa bacana.
Seu pai ficou zangado
Resolveu ir lhe buscar
Ele logo se escondeu
Não quis mais voltar
Disse só volto os pedaços
Se o senhor me matar.
Seu pai ficou confuso
Não via outra solução
Fez a volta do cavalo
Voltou para os irmãos
E disse para seus tios
Já lavei minhas mãos.
Depois deste acontecido
Ele ficou bem à vontade
Vivia em qualquer canto
Com sua honestidade
Era bom trabalhador
Tinha suas qualidades
Completou 18 anoa
Já na maior idade
Foi para Minas Gerais
Em busca da felicidade
Mas a saudade apertou
Voltou pra sua cidade.
Onde sempre trabalhou
Com o senhor Luiz Braz
E com seu José Gomes,
O senhor Francisco Morais
Depois na fazenda Oiteiro
Aonde demorou mais.
Casou com a filha
De Sebastião Cirilo
Maria José Francisco
Moça de um bom estilo
Construiram uma família
Com educação e brilho.
Tiveram 06 filhos
Maria José e Sebastião
Maria de Lourdes, Iolanda
Antônio Ribeiro e João
O último está em S. Paulo
Para ganhar o seu pão.
São todos guerreiros
Honestos e trabalhador
Aprenderam suas funções
Maquinista e condutor
Costureira e professora
Tem até empreendedor
Tem chefe de turma
E também conferente
São pessoas bacanas
E muito competentes
Vivem todos felizes
Alegre e contentes.
Agora vou falar de Bal
Uma molher guerreira
Minha querida conhada
Honesta trabalhadeira
Carregava água na cabeça
Descendo, sobindo ladeira.
Nos recebia em sua casa
Muito feliz e contente
Preparava um banho
Num tanque de cimento
Nunca vou esquecer
O que fazia pela gente.
Os filhos iam trabalhar
Ficava preoculpada
Enquanto não chegavam
Ela não sossegava
Só dormia tranquila
Quando o último chegava
Maria josé de Oliveira
Seu nome de casamento
Hoje mora lá no Céu
Perto do firmamento
Filha, mãe e esposa
De grande aproveitamento
Sairam da fazenda Oiteiro
Para a Usina Pirpirituba
Foi trabalhar de vigilante
Na terra da cana cuba
Teve muito trabalho
Quem trabalha Deus ajuda.
Passou a apontador
Sem ter estudado
Media e cubava mato
Era bem desenrrolado
Ainda ajudava pagar
Na Usina dia de sábado
Depois de 17 anos
A Usina entrou em crise
Ele foi dispensado
Sem entrar em crise
Voltou pra Santa Rita
A cidade que hoje vive.
Trabalhou numa mata
Trabalhou numa cerâmica
Trabalhou na prefeitura
Na função de vigilância
Depois se aposentou
Agora só lembrança.
Hoje tem 83 anos
Vive bem sossegado
Tem casa pra morar
E seus filhos ao lado
Cheio de netos e bisnetos
Por ele muito amado.
Seus pais, José Ribeiro
E Maria Cardoso de Oliveira
Nasceu em 1939
Um dia de quarta- feira
No dia 25 de outubro
O carregador de parteira.
Sempre encapetado
Gostava de mangar
Ainda hoje é enxerido
Gosta de raparigar
Já está se aquetando
Conhecendo seu lugar.
Depois dos setenta
04 coisas acotece
A barba fica branca
A barriga logo cresce
As pernas ficam dura
E o pinto amolece.
Aqui contei a história
De José Ribeiro de Oliveira
Esse cara quase morreu
No morão de uma porteira
O cara que atirou nele E saiu logo na carreira
